Ensino
Muito se debate sobre o
Ensino no Brasil, tanto que a situação ficou paradoxal: muito para falar...
nada para falar. A verdade é que o brasileiro está doente e a anamnese já foi
feita e refeita. Doente de uma grave doença social, que fiquei conhecendo há
alguns dias, lendo uma crônica do Estadão: a anomia (ausência de normas). Ou
pensam os nossos políticos que ela não é contagiosa? É!! E está contaminando o
brasileiro, enfraquecendo-o de cidadania que – escreve o cronista - “nada mais é do que um estado de
consciência”. A consciência do povo está cada vez mais carcomida pelo
ceticismo, pelo desalento, que se abatem, primeiramente, sobre os mais velhos, mais esclarecidos,
mais sensibilizados. Reparem que estes, penalizados, querendo poupar filhos e
netos de um estado
tão deprimente,
acabam assumindo as vicissitudes deles, além das próprias. Tornaram as novas
gerações mais apáticas. Para que se esforçar, para que procurar, se os “velhos”
assumem tudo, principalmente gastos e obrigações? É uma geração sem finalidade,
já que o futuro se avizinha incerto e tarda a chegar. É uma geração sem valores
éticos, dignos, que também a escola já não consegue cultuar.
E então chegamos a uma
“juventude mais do que transviada, amoral, que só pensa em dinheiro, prazeres,
que consome drogas, desdenha de tudo, age sem pensar, mata”.
É um círculo vicioso,
pois muitos desses jovens chegam ao Poder por fisiologismo ou corrupção,
carregando nas suas bagagens, todos aqueles fatores negativos na construção de
suas mentes ou consciências.
Há exceções, é claro,
famílias que conseguem criar “flores no lodo”, mas a grande maioria da
sociedade acaba desrespeitando o sistema legal, principalmente alguns
políticos, os grandes fraudadores, corruptos, criminosos de colarinho branco.
Conhecemos de sobra as
causas da doença que foram citadas no artigo: “falta de oportunidade,
perspectiva, excessiva concentração de renda e o consequente hiato social,
deficiência de estrutura básica urbana, desvalorização do Ensino, ausência de
limites e punições exemplares”. É claro que há muitas mais e o remédio tem de
ser amargo, em doses gigantescas, e está claro que não será ministrado pelo
Poder Público.
A atitude missionária de
cura terá de ser assumida pelas Escolas, pelos órgãos de comunicação em massa,
e por aquela faixa da sociedade que, como um sacerdócio, teima em salvar nosso
país do estado escatológico em que se encontra.
Costelas Felinas - livros e revistas artesanais
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