BORGES Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA* É vasta a nossa população de mortos. O mundo, Borges, infinita biblioteca, além – é claro – de tigres, espelhos, labirintos, punhais, livros, proféticos sonhos, Homero, Camões, outros cegos – você, a sombra enaltecida não é sombra, claridade de alguns labirintos, portas, enigmas decifrados, alta capacidade mnemônica. Somos poucos, somos tão poucos, e parecemos muitos. “Alguém constrói Deus na penumbra”, escreves sobre Spinoza. Amor? É o Espírito Santo que nos escreve? A literatura como sedução/invenção: a vida só não basta.