Quando adentrei a mão no envelope e dele tirei a COMPANHEIRA, jamais em toda minha vida imaginei que pegaria a morte na mão.
Li o livro de um fôlego só, como se a vida estivesse ali, suspensa por um fio que já iria arrebentar.
As páginas falam o tempo todo do que a vida nos dá a cada instante: o último inspirar. O autor consegue danadamente me levar para a porcaria de um hospital; consegui ouvir os barulhos, os cheiros e o tumulto característico deste ambiente.
Perturbador? Como disse a querida Inês? Sim... Mas deliciosamente perturbador:
"- Tio, por que a gente morre?
(...) - Loucura, meu amor, é ignorar a morte "
Nelson Hoffmann adorei seu livro, amei por demais... Você está genial nesta obra. Cada página é uma fisgadinha no palpitar cardíaco. Eu que particularmente gosto muito deste tema, adorei ver como a sua escrita conseguiu transmitir o mundo como uma sinfonia orquestrada dentro de um tempo metaforicamente chamado relógio. A morte, este temor invertido, é muito bem apresentado por si, quando você sai de casa pensando em almoçar um peixe. Já saboreava. Naquela manhã, (...) um mês depois. Na lembrança, o aroma do peixe. Na vida, a presença da morte.
Grata por este presente enviado para o ventre metálico de nossa caixa postal. - por Cláudia Brino
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Pâmela Andrade