“A
forma como as pessoas nos tratam é
o karma delas.
A forma como reagimos
é o nosso” (Dalai Lama)
Resistes.
Bravamente?
É da humana lida resistir
O lobo te ataca ferozmente – o Tumor
Já é longa essa batalha
(O anjo na soleira da porta te adverte para o vitimismo e a autocomiseração)
A ferocidade é a dor
Suspendes a leitura, o texto que escrevias, suas, e a cama não soluciona
Não mais aquele tipo, meu velho, dos 25 anos de idade, da ditadura plena, da tortura, da
OBAN e do DOPS – com coragem, crenças, utopias.
Jayme Ovalle disse que o câncer é a tristeza das células...
E lembrei-me dos versos de Carlos Drummond de Andrade:
“Quando nasci, um anjo torto/Desses que vivem na sombra/Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida”. (...)
“Poema de Sete Faces”
E o moço espiritualizado – com um anjo torto, com um anjo bom
Apela: Não Me Abandones, Pai
Nesta secreta paisagem da noite,
E Concede-me Serenidade e Paz,
Quando chegar a hora da Travessia.
(Salvador, março de 2017)*
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