UM SENTIMENTO DE PAZ E FASCINAÇÃO
O livro Cantos e Encantos fala por si
mesmo. A forma de suas construções poéticas, muitas vezes firmadas nas rimas e
composições de sextilhas e sonetos, lembra muito a estética romântica
predominante no Século XVIII no Brasil, cujos representantes podemos citar
Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves, dentre outros.
Por outro lado a escrita do poeta Francisco
Gonçalves nos remete a uma viagem no tempo e na geografia regional. Através de
seus poemas o leitor se transporta às paragens do campo e cultiva o solo do
sertão com toda a sua riqueza cultural.
É notório que as palavras afetivas de
Gonçalves não estão vestidas de artifícios e nem as experiências simbólicas
extrapolam a linguagem sensorial que apresenta, porque a poesia que faz vem de
dentro mesmo e tem raízes significativas no cotidiano social.
Além disso, o toque especial de sua
inspiração se aguça e se anuncia pela simplicidade com que descreve o mundo a
partir de pequenas imagens da natureza, como a “luz dos pirilampos”, os
“alagadiços da fonte”, a “casa da roça” e outros enunciados típicos do “homem
da terra” que é homenageado pelo poeta.
Quando diz “nas pedras do caminho tropecei,
mas não caí”, Gonçalves encanta o leitor, por traduzir sentimentos que vibram
entre o amor e a dor. É extraordinário como as suas expressões conotativas tem
o quê de uma “saudade que dói, mas não mata; saudade desenhada nos galhos
tortos do umbuzeiro”.
Portanto, ao ler o livro em destaque é
interessante observar os detalhes e pormenores que cada verso oferece. Um verso
simples, entretanto ecoa intenso, como “o carro de boi e sua canção sentimental
– foi... foi...”. A poesia de Francisco Gonçalves anima esse encanto, e tal “o
canto da juriti”, desperta no leitor um sentimento de paz e fascinação. prefácio Ney
Clayton Melo Araújo
LANÇAMENTO ABRIL 2017
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