Guilandas de borboletas batiam asas dentro de tua alma de
menina quase mocinha.
Espirais de mariposas
rodeavam teu coraçãozinho amedrontado.
Estavas num casulo com tempo –espaço apertados,
ao mesmo tempo em que, papilonácea e leve,
expandias tua arma , a escrita, e fazias teu diário,
sem saber quando poderias expandir –se em cores de arco-íris
e voar.
Nem entendias bem, todo o processo.
Vozes veladas, quando tua pré -adolescência exigia gritos de
alegria.
Tua própria voz,sem vez, presa na garganta, sussurrando,
teus gestos medidos e
comedidos
Quando tua força de menina jovem deveria dançar e pular e
girar de euforia!
Tua mente ,perplexa, não mais sabia
Qual o significado de
“Alegria”.
Um gato passava as unhas em teus pensamentos, lerdo, lento,
sonolento.
Tu própria, felinamente, descansavas mais e mais para não
sofrer.
Teu segredo, escrever, escrever...
E que pungentes tuas
frases, tão verazes e sinceras.
Quando por fim, a Vida negada em vida ,
foi enfim, tirada,
voaste, atirada nas ondulações do vento.
Bem dizem os indígenas que a alma não morre,
fica estilhaçada a dançar na ventania,
reintegra-se a reviver
para sempre.
Releio-te.
E meu peito tem um pequeno tambor de cristal
a nomear-te,a tua persistência e à tua literária arte;
Anne
Franck...Anne Franck...Anne Franck...
A ti foi concedida a graça da de não envelhecer jamais...
poema enviado pela autora Clevane Pessoa.
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Clevane
Pamela Andrade
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