Conheci o João Paulo – ou
JP, para mim – ainda no Ensino Médio (hoje ele já está no doutorado). A amizade
virtual nunca implicou pouca confiança; pelo contrário, serviu até para criar
um distanciamento que pudesse me possibilitar admirar uma das coisas que o João
faz de melhor: poesia.
Não há como conhecer a
prosa deste paulista e não vê-la com aquele véu mágico do desvelar de qualquer
livro que nos marcará profundamente – alguns de seus contos trazem até o temor
de serem relidos, tão intensa que foi a memória da primeira vez (que o diga Anilina, Ziguezague e Désirée). Mas
tenho de ser honesto: João me cativa por sua poesia, a mesma agora que é
oferecida em doses generosas neste livro.
Como colega escritor, sei a
dificuldade de se despir da camada mais profunda de estética para abarcar a
imensidão profunda (e profana, por que não?) de qualquer experiência a ser
reduzida num poema. Ser poeta é permitir ser destrinchado com os mais diversos
olhos e objetos metálicos... E João renuncia a isso com toda a delicadeza e a
certeza suicida de que jamais vai ser o mesmo.
É por isso que João merece
ser lido. João deve ser lido.
É uma imensa honra poder
apresentar um colega de tantos anos, mesmo assim, num prefácio de cinco
minutos. Não há dúvidas de que a leitura não será apenas prazerosa, mas também
reveladora, pois bem se sabe que poesia é autópsia compartilhada: cada um em
sua imensidão individual transcendendo verdades que, vejam só, abarcam-nos
coletivamente. - prefácio de Douglas Maranhão Marques
Costelas Felinas - livros e revistas artesanais
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