TARCÍSIO “ Bebemos vendados da taça/da vida enquanto/lavamos seu ouro sem jaça/com nosso pranto./A venda desfaz-se, porém, antes da morte, e o que nos seduzia tem a mesma sorte,/Vazia, a taça então revela/seu nada insosso:/bebíamos sonho que, nela, nem era nosso!” (Mikhail Liérmontov (1814-1841) – “A Taça da Vida” Havia campinhos, verdes. Chácaras. Brincávamos. Sim, Tarcísio, era outra ilha. Não me escutas. É apenas uma carta que não foi enviada e que não poderá mais ler. Lembras dos nossos passeios no Parque da Redenção (não o espaço degradado de hoje)?, das idas às ilhas do Guaíba? Dos belíssimos faroestes que assistíamos juntos? (Quando já vivíamos em Porto Alegre.) O dinheiro sempre curto, mas éramos jovens e podíamos tudo. Onipotentes, a Indesejada das Gentes não passava pela nossa cabeça. MUITO MAIS QUE IRMÃOS, FOMOS SEMPRE AMIGOS – sempre. Terei te dito em vida? Não é aquela apologia que (quase) sempre) se faz aos que morreram.