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Fêmeas Enjauladas
Ela
sempre baixou os olhos
para
que não percebessem
o
cárcere que havia em seu interior
Aquele
que aplaca os sentimentos
não
consegue ouvir os teus lamentos,
Fêmea triste
Da
pequena jaula
partem
gritos abafados
e
tristes sussurros
Há
pouca claridade
E
as belas cores rejeitaram
o
sufocante ambiente
Fêmea abatida
A
tua prisão,
só
a ti
vai
deixando de ser
mistério
Não
há macho
que
conheça
os
caminhos
que
o levem
à
ela
Fêmea aprisionada
O
intenso calor
da
carne tremula
implora
pela gula
da
boca molhada
Fêmea faminta
Gritos
e gemidos
misturam-se
durante
essa longa noite
de
solidão
Excitantes
sussurros...
Fêmea desesperada
Ainda
não há
quem
te ouça
Quem
desvende
os
teus segredos
Quem
pressinta as
tuas
dores
Quem
te liberte
Quem
te
envolva
de amores
Fêmea solitária
Há
fêmeas assim
Que
vivem sozinhas
e
acorrentadas
Há
muitas
fêmeas enjauladas
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