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DRUMMONDIANA
(Deserto)
EMANUEL
MEDEIROS VIEIRA
PARA
VILI ANDERSEN
(...) “Caminho todas as tardes por estes quarteirões desertos, é certo/Mas
nunca tenho certeza se estou percorrendo o quarteirão deserto/Ou algum deserto
em mim”
(Manoel de Barros,
“Miudezas”)
Chacinas, propinas, rimas (ruins, é certo).
Não é uma solução – não é
Drummond?
Havia sim uma pedra no meio
do caminho.
Outra e mais outra.
Um anjo torto pousou em
mim, na minha ilha, no meu país?
E recebi a bênção de um
milagre cotidiano: uma criança, o
coqueiro, o mar.
(Este “instante eterno” legitima a jornada.)
Uma enfermidade – a
consciência da “brevidade infinita”
desta vida.
“Compreender que a
gramática é um instrumento, e não uma lei”.
(Fernando Pessoa, “Livro do Desassossego”)
Clamo por Deus – estou
Buscando-O em todo caminho – sempre.
E Ele Desaparece/Reaparece.
E um anjo bom sorri.
(Salvador, junho de 2015)
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