Eis um silêncio – vazio!
Eu mesmo – um nada!
Penso que o ontem sempre foi um dia melhor,
Assim, permaneço hoje mais pobre, ferido, acabrunhado...
Não encontrei ninguém que me acolhesse...
Estou sendo banido (quem sabe, por mim mesmo)
Do meu próprio sonho,
Desistindo do reino que, neste mundo, não consigo encontrar.
Sou um libertino de coração errante
Tentando enganar-me, entendendo-me pouco...
Quantas vezes já me perdi na tentativa de me encontrar!?!
Guardo no peito a explosão de meus anseios,
Uma bomba (Meu Deus!) imensa,
Mas com a qual ninguém parece se importar.
O poeta vai
então recolhendo
As ruínas que
dentro dele apenas se acumulam
Até que um dia
se arrependa
E tudo esqueça
apenas para não sofrer.
O tempo é o
vigia destas horas
E talvez
remedeie algum dia, o poeta,
Porém as horas tardam e
tão lentas se arrastam
E resta somente a dúvida
se permanece ou parte
Procurando sobreviver...
Certeza tem
apenas da sua dor...
Que não passa.
Adriano Dornelas
livro: Pegadas
Comentários